01/11 - 大阪
Desta vez deu pra fazer o primeiro bom negócio da viagem. Em vez de voltar lááá longe pra estação, carregando mochila no lombo, pra tomar um shinkansen supercaro, o Google Maps, que pra isto funciona bem, encontrou um trem de linha mesmo, baratinho, que chegava a Osaka. Mas depois teve a longa caminhada, com mochila no lombo, até o hotel.
Hoje não teve acordo, entrada só às três, bagagem deixada na recepção, pra mais uma longa caminhada até o castelo de Osaka. Que, não fosse pelas muralhas que o separam da cidade, é indistinto de mais um templo. Em que pesem as mesmas hordas de turistas, das quais a gente reclama mas faz parte e deve ser motivo de reclamação de outros, porque, assim como no trânsito ou no currículo sexual da pessoa amada, quem faz número sempre são os outros e não a gente, belo lugar e belo passeio.
Então, de metrô para a caminhada do dia, porque senão já não ia dar tempo de chegar. Passamos no caminho prnum Starbucks, para tomar o milk-shake preto comemorativo de Halloween cuja propaganda havíamos visto, mas que, passada a data aparentemente não exsite mais. O guia, desta vez, foi um chinês morador no Japão há 5 anos, com um inglês melhor do que a média dos guias japoneses até o momento, mas ainda assim não plenamente fluente. Vomitou aquela fieira de fatos interessantes sobre a cidade enquanto nos levava de cá pra lá, e foi especificamente ineficaz em dar informação a respeito de outras questões mais mundanas. Mas a turma desta vez estava pequena, 5 pessoas, então não deu pra fugir no final, ou deixar de pingar alguma coisa na mão do animalzinho.
Osaka tem mais cara de cidade convencional, com sempre algo acontecendo em todo o seu espaço, não apenas em dois mocozinhos turísticos, como Quioto. É uma cidade mais moderna do que Tóquio, moderna tipo anos 90, enquanto Tóquio parece ser moderna anos 70. São impactantes as galerias a céu aberto, iluminadíssimas, vendendo toda sorte de cacarecos, de prostituição velada a chocolates kit-kat sabor matchá.
No almoço tardio, o primeiro dia de rei da viagem, comendo num boca-livre chinês, não tão variado quanto aqueles buffets intermináveis de restaurante de cassino de Las Vegas, mas suficiente para entupir o pandú de algo diferente dos caldinhos e ramens japoneses que têm sido a dieta padrão até aqui, e para me deixar com esta pança nojenta e escrota que encaro neste exato momento, e que me pergunto como é possível se formar tão rápido, apesar de anos de inclemente rotina diária de exercícios, pelo menos uma maratona corrida toda semana e meu sempre rigoroso jejum intermitente, pausado há apenas alguns dias. Ladeira abaixo é a direção padrão de tudo neste universo, já constata faz tempo a segunda lei da termodinâmica. Até mesmo para a beleza da Ana Paula Arósio. Que continua ainda sem substituta no relicário mental onde habita minha musa.
Voltamos ao burburinho à noite, para tostar melhor as retinas com os luminosos, e ver a comemoração de Halloween que havia informado nosso guia que continuaria acontecendo tadiamente, por mais alguns dias, lá, com pessoas fantasiadas e fazendo cosplay. Como se tratava de informação do guia, obviamente estava errada, e encontramos apenas o burburinho de sempre.
A casa de câmbio pela qual havíamos passado, com taxa supreendendemente boa apenas de estar no olho de uma região movimentadíssima, também já estava fechada.
Ah, sim, durante a caminhada à tarde, um dos colegas lembrou que a filial japonesa da Universal Studios fica aqui! Ah, que felicidade! Para que visitar o resto da cidade que fica literalmente do outro lado do mundo e para o que eu só teria mais um dia provavelmente em todo o resto de minha vida, quando dá para ir andar de montanha russa? Eu, este tio cada vez mais velho e inadequado no meio da criançada....
Voltei ao hotel, gotejando de felicidade, com líquido seminal mental jorrando em minha cueca psíquica, mal aguardando o momento de comprar o ingresso... Para descobrir que, para amanhã, eles já estavam esgotados.
O que, pior ainda, poderia ter acontecido presencialmente, depois de ir parar lááá longe, e ser barrado direto na bilheteria.
Comentários
Postar um comentário