02/11 - 大阪

Fui atentar apenas no final do dia para o fato de que também aqui havia um passe de 24 horas de transporte público. Depois da experiência traumática de Tóquio, não sei se foi uma comida de bola ou uma bênção, mas, por outro lado, foram 3 viagens de metrô hoje, e, ao contrário das demais coisas, que têm preços comparáveis aos paulistanos, o bicho é caro, coisa de 10 reais por viagem.

Dia de visitar o aquário de Osaka. Em contraste com parques de diversão, aquários são para mim meio como orifícios anais, aquela coisa que a gente visita apenas ocasionalmente, sem muito entusiasmo, e com a qual sempre pode acabar tendo alguma surpresa. Foi o caso de hoje, e, ao contrário daquelas usualmente relacionadas ao tubo digestivo distal, a surpresa foi boa. 

Mas, antes disto, o universo nos concedeu a dádiva de passar por uma Baskin' e Robbins, com algum dinheiro no bolso. O que é equivalente gastronômico a estar passando pelo Red Light de Amsterdam e encontrar na vitrine, dando sopa, a Lisbeth, provável nome de guerra, aquela trabalhadora do sexo ruiva, de axilas não-depiladas, que em priscas eras, ainda lá no tempo dos guilders, se recusou a aceitar intercurso oral desprotegido até o fim sem frescura com você, mas, após deixado o cachê ali em cima da mesinha, rompeu um pouquinho o protocolo e te presenteou com um demorado e salivado inesquecível beijo de língua, ainda que com um certo retrogosto de lubrificante de preservativo.
O beijo da Baskin' e Robbins de hoje teve sabor de rocky road, um clássico.
Mas, o aquário. Que o que menos tinha eram peixes. Ideia muito talentosa: uns 5 enormes tanques verticais, com três andares de altura, cada um reproduzindo um ecossistema de um canto do mundo. Inicia-se a visita subindo uma longa escada rolante, e então segue-se descendo por uma passarela espiral que vai retornando a cada um dos aquários em vários níveis de profundidade, desde a fauna da superfície até a vida marinha do fundo do oceano naquele local. 
O programa da tarde teria sido uma outra caminhada, gastronômica desta vez, mas, para matar a saudade desta coisa tão frequente com a GuruWalk, percebe-se agora que em qualquer lugar do planeta, o guia cancelou o evento, em cima da hora. Não sei se comida de bola do imbecil, que um câncer de pênis o acometa, ou se uma benção, porque, depois, lendo as letrinha pequenas, vi que de gratuita a caminhada só tinha o nome. Teria sido necessário pagar ¥12500 para remunerar os restaurantes a serem visitados e coisa e tal.
Botei então na cabeça que, se fosse até o jardim botânico, onde havia uma instalação ao ar livre do mesmo teamLab perdido em Tóquio, seria possível ver, ao menos de longe, alguma coisa, sem precisar pagar. Obviamente, vã e ingênua esperança, nem uma mísera luzinha se deixava perceber, tudo o que vazava era uma musiquinha new age bem ao longe.
Pelo menos, no longo caminho até lá pude comer, em um shopping center cujo sistema de som repetia ininterruptamente, em loop, uma versão muzak de Help, meu McFish anual, porque aí no Brasil a bugrada gosta mesmo é de comer McChurrasco-na-laje, o que levou, indecorosamente, à retirada do sanduíche de peixe do cardápio.

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