03/11 - 서울

Esta coisa de cada país ter uma moeda, algumas delas incompráveis na Bozolândia, me lembra meus distantes dias de garanhão, tendo que administrar a mulherada toda, empurrar uma pela porta da cozinha enquanto outra estava a caminho da porta da sala, pensando no que fazer com a que já estava embaixo do chuveiro, enquanto buscava dentro de meu âmago por aqueles dois ou três heróicos espermatozóides remanescentes, para não deixar ninguém passando vontade.
Agora já estou velhinho, conseguindo pegar só covid mesmo, mas a aporrinhação com os dinheiros continua.
Deu pra terminar Japão com só 46 ienes no bolso. Mas é foda, mano, ficar o tempo todo calculando que quantidade de dólares trocar. Se pouco, acabar sem dinheiro miúdo pra pagar o metrô de volta pro hotel ou mesmo pro aeroporto. Se muito, micar com um dinheirão em moeda local e ter que comprar tudo em chocolate supercaro na lojinha do aeroporto. 
Sugiro a adoção de uma moeda universal, o Ana, em homenagem à minha ainda vigente musa, válida em todo o território mundial, exceto no condomínio Vivendas da Barra, senão o Jair Messias pega tudo pra ele.
E, pela pança do Buda, que diazinho bosta, meu Deus.... a manhã inteira gasta pra chegar ao aeroporto de Osaka, mais distante da cidade do que a própria Quioto. Ao custo de 1200 e poucos ienes. Como já foi em São Paulo, agora servida por aquele trem que vai até Guarulhos pelo preço de um bilhete de metrô. Orgulho muito infrequente e pontual de minha terra! Depois toda a primeira parte da tarde perdida dentro de um avião, e a segunda, no aeroporto e no trem a caminho de Seul.
A fila da imigração era maior do que a do trem do Harry Potter na Universal, aquele que você compra o superpasse megavip por 800 reais a mais e mesmo assim só pode furar a fila uma única vez.
Após 8 dias de um (até demais) glorioso sol no Japão, exceto por uma manhãzinha em Tóquio, chovia em Seul. já eram 4 da tarde, então decidimos ir de mochila no lombo mesmo direto lá pro estádio cu do mundo pegar o material da corrida. Aeroporto longe, trem cheio, custaaando pra chegar, o aplicativo atualizando que chegaríamos às 17:40 a uma coisa que fechava às 17:30. Desistimos de matar já esta tarefa, e nada nos restou senão ir direto ao hotel. 
Hotel não. A mais completa expressão de albergue fuleiro. Não deu trabalho encontrar o local, mas conseguir entrar numa casa vazia, sem ninguém na recepção, com um pedaço de papel colado numa portinha lateral dando instruções sobre como chegar ao quarto, só foi possível com a ajuda de outra hóspede que havia decifrado o enigma anteriormente. Do contrário, ainda estaríamos plantados na frente do local, sem saber o que fazer. E embaixo de uma chuvinha, forte apenas o suficiente para me fazer tirar aquela capa desengonçada da mala. Não tem TV no quarto, o que não faz falta nenhuma, não tem banheiro no quarto, o que é mais podreira. E é no cu oposto do mundo.
Já umas 6 e tanto da noite, só pra não ser um dia totalmente enfiado no rabo e apenas com um sorvete e umas balinhas no pandú, resolvemos ir "almoçar" alguma coisa em Gangnam (sim, o local mencionado naquela musiquinha horrenda). Mais uma hora de metrô lotado, num sistema insano e absolutamente incompreensîvel de ter que montar o próprio trajeto na maquininha de tíquetes, dentre várias opções de baldeação possíveis entre as linhas. Para chegar lá e não encontrar cardápios em inglês, e ter que contar com a sorte ao apontar um dos pratos do cartaz e torcer para aquilo não vir cheio de frutos do mar ou vísceras de porco. Entrar num restaurante plenamente local é inadministrável. Temos nos especializado nas pequenas cadeias de fast-food típica regionais, com uma estrutura de pedido de comida menos hostil. Mas a primeira impressão é de que os jovens coreanos falam mais inglês do que os japoneses.

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