26/11 - 上海

Hoje foi o dia mais doloroso da viagem, e duplamente... primeiro por ser o dia da maratona de Xangai. Em função da qual havíamos montado a viagem para terminar aqui, e nesta data. Na qual não conseguimos nos inscrever, porque o site do evento era de uma confusão e inacessibilidade indescritíveis. Primeiro não estavam inscrevendo ainda, depois já haviam se esgotado as vagas, ou algo assim. Acabamos relevando, achando que duas maratonas em uma viagem já estavam de bom tamanho, e não era necessário em todas elas repetir a minha pegada do ano passado, de 4 provas em 5 semanas.
Mas agora chegou o dia, e a perspectiva de estar na cidade e ver a corrida passando na minha frente me corroeu o coração. Isto já havia me ocorrido uma vez em Nova Iorque, mas foi inopinado, e acho que naquela época eu nem terminava maratonas ainda. Desta vez, o desacontecimento foi anunciado. Como saber que a Ana Paula Arósio está lá na sua frente, com, digamos, os braços abertos, arreganhados, e você tem que passar por ela fazendo cara de paisagem, em ver de ir adentrar triunfalmente e todo suado a reta de chegada. 
Pensei em correr de penetra, e provavelmente não haveria qualquer problema, como nunca tive em SP, onde nunca paguei por qualquer corrida. Mas arreguei, arrazoando que bem na China não seria o melhor lugar para começar a praticar ilicitudes.
Por sorte, só o que vi foi grades já sendo retiradas de um trecho de rua pelo qual estávamos passando na caminhada desta manhã. Ao fim da qual nosso abusivo guia não se contentou com os dez dólares a ele oferecidos e pressionou, polida mas novamente indevidamente, para receber ao menos 100 yuans, ou uns 15 dólares, por cabeça, por caminhada. O problema de tentar ser meio parasitão é que a gente também fica de bunda suja e sem muita virtude pra ser legitimamente ofendida. Pensei em avaliar mal o sujeito no site da companhia, denunciando este achaque por mais dinheiro, mas ele até que fez seu trabalho direitinho, inclusive voltando para nos buscar no ponto de encontro porque havíamos atrasado uns minutos de novo. Tudo posto, acho que está de bom tamanho engolir em seco e me conformar com não dar pra vencer todas as vezes. 
Depois, mais tarde, teve visita ao museu da polícia, cheio de menininhas adolescentes  entusiamadamente apreciando facas e metralhadoras, e ao dos judeus refugiados da segunda guerra mundial que fugiram para Xangai (que coisa bizarra...), e passeio noturno por Pudong, sempre tendo dificuldade para encontrar os locais que o mapa dizia que estariam lá. 
Entre estas coisas, pagando caríssimo por uns centogramas de chá sabor florzinha (provavelmente com um monte de adoçante aspergido sobre as folhas) e pagando num restaurante de área mais turística 4 vezes mais por uns dumplings do que havíamos pago ontem ao tio da janelinha na rua pelos dele, bem mais saborosos.

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